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2. Educação: Ato Contínuo

  • cinolicosva
  • 29 de mai. de 2020
  • 4 min de leitura

Atualizado: 26 de jun. de 2020

No século XVII, o educador cristão Comenius já afirmava que a aprendizagem se dava pela compreensão, memorização e aplicação do conhecimento. Para o educador americano John Dewey, educação é um processo de vida. Se existe um processo educacional, toda e qualquer contextualização, experienciação, releitura e repetição dos preceitos bíblicos serão necessários para a internalização e posterior vivência deles. O objetivo do ensino bíblico é que o aluno guarde as palavras do Mestre e, principalmente, que seja praticante e não apenas conhecedor das diretrizes bíblicas, Mateus 7.24-27. Poderíamos chamar essa capacidade de mobilização do conhecimento e aplicação das sagradas letras de letramento bíblico (aprender a Bíblia e práticas sociais/comportamentais bíblicas).

O professor é incentivador e facilitador da aprendizagem que potencializa a formação de seres ativos e críticos como os bereanos que “dedicaram-se ao estudo diário das Escrituras, com o propósito de avaliar se [a pregação de Paulo] correspondia à verdade contida nas escrituras”, Atos 17.11. Por isso, é importante compreender que o aluno ideal não é o que só fala se for questionado, que permanece sentado obedecendo aos comandos do professor. É necessário tirá-lo da passividade, dentro e fora da sala de aula.

Aprende-se só, mas também com os outros, no e com o ambiente que nos cerca, Provérbios 22.6. Os momentos e espaços de aprendizagem são diversos e eventualmente ministram lições antibíblicas. Por outro lado, os encontros educacionais (como a EBD) precisam ser espaços de discipulado cristão. Significa que deve fluir uma pedagogia cristocêntrica, viva, relevante, sem acepção de pessoas, libertadora e que ensina a pensar como Jesus. O próprio Espírito Santo deve conduzir a aula, pois é Ele quem nos ensina todas as coisas e nos faz lembrar o que Jesus disse, Mateus 14.28.

Jesus tinha muito a dizer, havia muito a corrigir, ensinar, fazer pensar. Ele conhecia a gente da sua época, sabia que eram bons ouvintes mas nem sempre praticantes. Conhecia os contextos sociais e trafegava entre doutores e indoutos. Ele amava as almas. Por isso variava suas técnicas instrutivas. Mais do que cumpridor da lei, Ele vivia as verdades que ensinava. Ele era empático, criativo e estimulador no ensino. Jesus, rabi, mestre, ensinava de verdade, pois provocava transformação: nova vida, nova perspectiva. Sua didática era diferente porque mais que exímio conhecedor da Palavra, Jesus sabia da importância das Escrituras para a humanidade. Ele mesmo soprou sua inspiração aos escritores bíblicos. A pessoa da trindade que caminhou entre nós não perdeu tempo: fez discípulos e ordenou que eles também fizessem, Mateus 28.18-20. Anos depois de sua ausência na terra seus seguidores se multiplicavam porque aqueles apóstolos, primeiros aprendizes e pescadores de homens, foram capazes de manter e proclamar o conhecimento da verdade que liberta. O Espírito Santo os fazia lembrar de tudo que aprenderam com o Verbo da Vida. Foi assim que as sagradas letras, que podem nos fazer sábios para salvação, chegaram até nós. Sendo assim, por que as classes de ensino bíblico estão esvaziadas nos últimos tempos?

As pinturas, ao longo dos anos, perdem sua vivacidade e os tons se tornam mais pastéis. Eventualmente é necessário chamar um profissional de restauração para recuperar o brilho das obras de arte. Semelhantemente, o ensino bíblico parece meio desbotado, sem vida e frescor. Por quê? Na pós-modernidade sermões, não causam tanto impacto. Acostumamos com imagens e somos estimulados com sons, cheiros, texturas e emoções. Agora pensemos: Se as técnicas que Jesus usava eram as mais modernas, por que não o imitamos? Por que não instigar, questionar, propiciar experienciação, fazer com que os alunos do século 21 produzam seu conhecimento usando tudo que está ao alcance de sua curiosidade e necessidade espiritual?

Mas é preciso admitir que ensinar como Jesus ensinava não é fácil. Ele mesclava técnicas, utilizava recursos didáticos diversos, ocupava diversos espaços de aprendizagem e ensinava plateias com vários tamanhos e bagagens culturais distintas. Se olharmos para Jesus perceberemos uma forma de ensinar e aprender baseado em teoria sim, mas com muita experimentação. Quantas vezes o Senhor usou como ponto de partida a experiência dos discípulos para ensinar? As palavras de Jesus são tão maravilhosas e nos fixamos tanto nelas que eventualmente esquecemos o contexto que as provocaram. Eis um exemplo: “Chegando Jesus à região de Cesaréia de Filipe, perguntou aos seus discípulos: "Quem os homens dizem que o Filho do homem é? " Eles responderam: "Alguns dizem que é João Batista; outros, Elias; e, ainda outros, Jeremias ou um dos profetas". "E vocês? ", perguntou ele. "Quem vocês dizem que eu sou?" Simão Pedro respondeu: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo". Respondeu Jesus: "Feliz é você, Simão, filho de Jonas! Porque isto não lhe foi revelado por carne ou sangue, mas por meu Pai que está nos céus, Mateus 16:13-17. Nesse diálogo dois pontos se destacam:

1- O aprendiz confrontado pelo Mestre expressa aquilo que o próprio Deus revelou.

2- Jesus ensinava fazendo pensar. Isso milênios antes do educador Paulo Freire propor a educação problematizante, que leva o aluno a resolver problemas.

Fato é que a mensagem do Reino precisa ser proclamada, comunicada. Comunicar não é informar, é fazer entender e apreender o pensamento que se quer difundir. Comunicar significa tornar comum a todos, algum preceito, visão, doutrina, filosofia ou decreto. Requer feedback (reação). O impasse é: se cada pessoa tem um estilo de aprendizagem diverso, como tornar comum o conhecimento? Como formar ou transformar ao invés de simplesmente informar? Como gerar cosmovisão cristã no discipulando?

O Mestre é especialista em ensinar, inclusive ensina a ensinar (“pescar homens”). Temos esse excelente Instrutor. Suas estratégias estão ao nosso alcance, Tiago 1.5. Como discípulo Dele, o professor cristão imitará integralmente seu Mentor, inclusive na práxis de sala de aula.



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